segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Homenagem ao Dia da Árvore - 21 de Setembro


CADA ÁRVORE É UM SER PARA SER EM NÓS

Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses
António Ramos Rosa


ÁRVORE É VIDA (NATUREZA)

Árvore, fonte de vida
Fonte de amor
Fonte de sobrevivência
Para aqueles que têm consciência

A árvore produz fruto para alimentar
Que jamais pode faltar

Aqui ou em qualquer lugar
Todos, dela, vão sempre precisar

A árvore é fonte de abrigo
Dela, somos todos amigos
É uma fonte alimentar
Que todos devem preservar

A árvore é fonte de ar
Que todos necessitamos para respirar
Devemos todos respeitar
Para que nunca possa faltar

É tão lindo ver o sol beijar a flor
Isso mostra que por ela o sol tem amor
E lhe dá muito valor
Pois seus frutos possuem sabor!

A árvore necessita da terra
Para sobreviver na atmosfera
O homem, sem ela, se desespera
E o planeta sem ela se degenera

São as árvores que nos dão sombra
Nos servem de casa quando não temos
É por isso que devemos a ela
Todo o nosso respeito e amor!

És minha amiga particular
Sempre quero junto dela ficar
Nunca sozinha vou te deixar
Pois, é minha irmã e sempre será!

Autora: (Reginaldo Francisco de Oliveira e Gilson João)


ÁRVORE RUMOROSA

Árvore rumorosa pedestal da sombra
sinal de intimidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poema de repente deslumbra

Receptáculo anónimo do espanto
capaz de encher aquele que direito à morte passe
no ar da manhã inconsequente traça
e rasto desprendido do seu canto

Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta

Explodiste de vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
a marca do princípio a que tudo remonta


Ruy Belo



ÁRVORES

Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.

Joyce Kilmer



ÁRVORE

Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruito debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Luís Vaz de Camões


POEMA DAS ÁRVORES

As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.
António Gedeão
(Obra Poética, Lisboa, edições JSC, 2001)

2 comentários:

Pico Pereira disse...

Adorei sua homenagem, Parabéns
Gosto muito do seu blog!!

Olga i Carles disse...

Hola!
Preciosos arboles. Una gran majestuosidad.
Un abrazo.

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