terça-feira, 7 de julho de 2009

Diário de um cinquentão na academia.

Acabei de completar 50 anos.
Minha mulher me presenteou com uma semana de treinamento físico em uma boa academia. Estou em excelente forma, mas achei boa idéia diminuir minha "barriguinha" . Fiz reserva com a "personal trainner" Nádia, instrutora de Aeróbica e modelo de 24 aninhos. Foi me recomendado levar um diário para documentar meu progresso, que vai transcrito a seguir:

Segunda-feira;

Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena. Nádia parecia uma deusa grega: ruiva, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Inicialmente, Nádia me fez um tour, mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela me tomou o pulso, depois de 5 minutos, e se alarmou, pois estava muito acelerado. Não era a bicicleta mas ela, vestida com uma malha de lycra coladinha em seu belo corpo. Desfrutei do exercício. Ela me motiva muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passava perto de mim.

Terça-feira;
Tomei café e fui para a academia. Nádia estava mais linda que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Depois se atreveu a por pesos! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar um quilômetro. O sorriso arrebatador que Nádia deu, me convenceu de que todo exercício valeu a pena... Era uma nova vida para mim.

Quarta-feira;
A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não foi fácil: estender o braço para mudar as marchas era um esforço digno de Hércules, doía o peito e minhas panturrilhas ardiam toda vez que pisava na embreagem. Fisicamente impossibilitado, estacionei meu carro na vaga para deficientes físicos, até porque, saí mancando... Nádia estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando gritava me incomodava muito. Meu corpo doeu inteiro quando ela me colocou uma cinta para fazer escalada. Para que alguém inventa um treco para se escalar quando isso já está obsoleto com os elevadores? Nádia me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e desfrutar a vida.

Quinta-feira;
Nádia estava me esperando com seus odiosos dentes de vampiro escroto. Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar os sapatos. A desgraçada da Nádia me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador me buscar e como castigo me pôs a trabalhar na máquina de remar... Me danei, lindamente.

Sexta-feira;
Odeio a Nádia. Estúpida, magra, anêmica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que podia se mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que pariu essa desgraçada xexelenta. Nádia quis que eu trabalhasse meus tríceps... EU NEM SEI O QUE É ESSA MERDA DESSE TRÍCEPS, CARA@%#...!!! E se não bastasse me colocar o peso para que o rompesse, me colocou aquelas barras.
A bicicleta me fez desmaiar e acordei na cama de uma nutricionista, uma idiota com cara de mau comida que me deu uma catequese de alimentação saudável, claro.

Sábado;
A lazarenta da Nádia me deixou uma mensagem no celular com sua vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozinha me deu gana de quebrar o celular, porém não tinha certeza se teria força suficiente para levantá-lo, inclusive para apertar os botões do controle remoto da tevê estava difícil.

Domingo;
Pedi ao vizinho para ir à missa agradecer a Deus por mim por essa semana que terminou. Também rezei para que o ano que vem, a infeliz da minha mulher me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um tratamento dentário de canal, um cateterismo ou até mesmo um exame de próstata.


(Autor desconhecido)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito engraçado!
Me fez lembrar até da minha vida na academia, nas primeiras semanas, e sem direito a cover da Nádia masculino(ui).
Bjs querido.

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