sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sintonia


Observo, apreensiva, a minha samambaia ("renda portuguesa"). Há dois anos me dei de presente esta maravilha, no dia do meu aniversário. Sonho antigo, realizado.

Coloquei-a no escritório e ela se adaptou, sem grandes arroubos, a olhar o sol, mas sem dele receber a bênção.

Na nova casa, ofereci-lhe, orgulhosa, a possibilidade de uma vista ímpar, sol à tarde, vento ou brisa, chuva e canto de pássaros... Dei-lhe o que eu tinha de melhor. Não gostou! (claro, elas não gostam de vento, como pude me esquecer?)

Resolvi, então, transportá-la para uma outra vista, lateral, nesgas de sol de manhã e de tarde. Adorou! Ficou ainda mais linda...

Egoisticamente, então, levei-a para a minha sala, bem clara e a coloquei na mesa, soberana... Para meu desconsolo, a primeira folha amarelou, de um dia para o outro... e a segunda... e a terceira...

Me preocupo...

É adaptação? Ou a planta vai morrer?

Deixo onde está... espero... ou me privo da sua companhia e a levo de volta?

Como as pessoas, que nos surpreendem a cada minuto, as plantas também impõem as suas regras de bem conviver.

Sabiamente, em silêncio...

Cabe a nós entendê-las e propiciar-lhes condições ideais para que possam externar a sua gratidão em forma de verdes brotos...

Vegetais e humanos, irmanados, buscando compreensão, que germina em sintonia.

Ou seria... sinfonia?

Maria Angélica Monnerat Alves

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails