quinta-feira, 30 de outubro de 2008

E o meu bolso com isso?


Instigada com a crise econômica mundial, resolvi procurar o professor Gilberto Braga, do Ibemec. Queria traduzir o "economes" e falar sobre como o quebra-quebra das empresas americanas afeta o bolso dos simples mortais, assim como eu. Afinal, o Natal está chegando e temos que começar a planejar os gastos. Espero que a explicação dele ajudem vocês assim como me ajudou. Aí vai:
"Para o cidadão comum a crise econômica pode ser uma simples marola ou um grande tsunami, causando desemprego e paralizando a economia do Brasil. A confusão se iniciou nos EUA, o que é uma novidade, por se tratar da maior economia do mundo e que comanda o comércio internacional entre as nações. A quebradeira de bancos e companhias de seguros começou por causa do excesso de crédito nas vendas de imóveis para pessoas que não tinham como pagar as prestações. O não recebimento dos créditos gerou uma falta de dinheiro para todos no mercado e prejuízos para os que fizeram os empréstimos. Alguns destes precisaram de socorro do , pegaram empréstimos ou foram parcialmente estatizados, ou, até faliram.
Se as dificuldades ficarem restritas ao sistema financeiro americano, pouco se vai sentir da crise no Brasil. Note, no entanto, que outros bancos na zona do Euro e na Ásia, também já estão em dificuldades e também precisando de socorro dos governos, havendo o risco de uma contaminação geral, numa espécie de efeito dominó. Se ação dos bancos centrais não for rápida e eficiente, a crise se propaga do sistema econômico para o chamado lado real da economia, contaminando o financiamento das empresas, o crédito do consumidor e terminando na paralisia de todas as economia, numa proporção nunca antes vista. Essa grande devastação econômica se deve ao fato da importância dos EUA na economia mundial e do fato do planeta ser globalizado.
É verdade que o Brasil vem fazendo uma boa arrumação da sua economia interna desde o início do Plano Real, sendo mérito tanto dos governos FHC e Lula. No entanto, não dá para acreditar que o país estará imune a uma crise econômica internacional. Várias empresas brasileiras dependem de vender seus produtos para o exterior. Numa época de instabilidade no campo dos negócios, as transações são fortemente diminuídas e os preços despecam, afetando a lucratividade destas empresas. Essa seria a , dentre várias companhias, da Petrobras e da Vale, duas das maiores empresas nacionais, com as commodities de petróleo e minério.
A atividade econômica interna desacelerando, todo o que lhe encadeado acompanha. Diminuem os investimentos diretos, não se gera novos empregos, a arrecadação tributária diminui, o governo não tem como manter o orçamento e há desemprego. Forma-se o famoso circulo vicioso. Até o momento não se pode afirmar que haverá uma recessão no mundo e no Brasil, mas já é possível observar alguns sintomas, como a falta de dólares no mercado, a diminuição das linhas de crédito para as empresas e que consumidores já estão pagando mais juros e em prazo mais curto nas prestações de bens duráveis. A desgraça econômica está rondado à nossa porte e não há ajuste interno que resista ao tsunami da especulação econômica global, mas pode não ser ainda o fim do mundo. Na época do governo militar e do alinhamento do Brasil com os EUA, dizia-se que o que era bom para os americanos seria bom para o Brasil. Isso nunca foi tão verdade, hoje, torcer pela economia dos EUA é torcer pelo melhor para a nossa economia."
Enviado por Ana Cláudia Guimarães
http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/belezaecaos/

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