quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Amor e seu tempo




Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prémio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe.

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

Carlos Drummond de Andrade, in 'As Impurezas do Branco'
Fonte: citador

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai,ai Jisus!
Bjs.

Ava disse...

Bobeira aqui não tem nada...rs

Blog lindo, com poemas e textos belíssimos!

Prazer em conhecer!


Beijos!

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