O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que o governo federal está retendo número maior de restituições do Imposto de Renda do que no ano passado. Para fazer caixa e evitar rombo nas contas públicas, afetadas pela crise internacional e pela redução de impostos sobre carros, eletrodomésticos e material de construção, muitas pessoas terão que esperar mais para ter de volta o que foi descontado a mais. Mesmo quem não caiu na malha fina pode só ver a cor do dinheiro em março do ano que vem.
“Estamos num ano mais difícil. Nossa arrecadação tem sido mais baixa. Então, existe um ajuste. O ano passado a arrecadação foi muito maior. Nós tínhamos folga e a restituição foi feita mais rapidamente. Esse ajuste é decidido a cada mês. É normal que numa crise haja queda de arrecadação, portanto o caixa dos governos fica mais apertado. Agora, se até o final do ano houver uma recuperação, nós aceleraremos”, justificou o ministro.
Segundo Mantega, o contribuinte não será prejudicado, já que o valor a ser restituído é corrigido mensalmente pela taxa Selic. O ministro não previu, porém, por quanto tempo mais o dinheiro ficará com o governo. A Receita Federal, que recebeu a ordem da Fazenda para reter as devoluções, estima que R$ 3 bilhões só serão repassados no primeiro trimestre do ano que vem.
De junho a outubro, a Receita devolveu ao contribuinte só R$ 5,48 bilhões, volume 21,7% menor do que o do mesmo período do ano passado (R$ 7 bilhões). Para o ano todo, estão previstos R$ 15 bilhões em restituições a pessoas físicas.
Além do aperto na liberação do imposto cobrado a mais, o Leão (como é chamado o Fisco) também está mais voraz na sua mordida. Os auditores da Receita estão se debruçando com mais atenção nas declarações da classe média, que muitas vezes deduz despesas irreais com saúde, educação e previdência complementar do imposto a pagar ou para obter restituição maior. O objetivo é combater as fraudes. Mantega negou que, com isso, o órgão tenha deixado de fiscalizar os grandes contribuintes.
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“Estamos num ano mais difícil. Nossa arrecadação tem sido mais baixa. Então, existe um ajuste. O ano passado a arrecadação foi muito maior. Nós tínhamos folga e a restituição foi feita mais rapidamente. Esse ajuste é decidido a cada mês. É normal que numa crise haja queda de arrecadação, portanto o caixa dos governos fica mais apertado. Agora, se até o final do ano houver uma recuperação, nós aceleraremos”, justificou o ministro.
Segundo Mantega, o contribuinte não será prejudicado, já que o valor a ser restituído é corrigido mensalmente pela taxa Selic. O ministro não previu, porém, por quanto tempo mais o dinheiro ficará com o governo. A Receita Federal, que recebeu a ordem da Fazenda para reter as devoluções, estima que R$ 3 bilhões só serão repassados no primeiro trimestre do ano que vem.
De junho a outubro, a Receita devolveu ao contribuinte só R$ 5,48 bilhões, volume 21,7% menor do que o do mesmo período do ano passado (R$ 7 bilhões). Para o ano todo, estão previstos R$ 15 bilhões em restituições a pessoas físicas.
Além do aperto na liberação do imposto cobrado a mais, o Leão (como é chamado o Fisco) também está mais voraz na sua mordida. Os auditores da Receita estão se debruçando com mais atenção nas declarações da classe média, que muitas vezes deduz despesas irreais com saúde, educação e previdência complementar do imposto a pagar ou para obter restituição maior. O objetivo é combater as fraudes. Mantega negou que, com isso, o órgão tenha deixado de fiscalizar os grandes contribuintes.
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