segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Intimidade


Quando, sorrindo, vais passando, e toda
Essa gente te mira cobicosa,
Es bela - e se te nao comparo a rosa,
E que a rosa, bem ves, passou de moda...

Anda-me as vezes a cabeca a roda,
Atras de ti tambem, flor caprichosa!
Nem pode haver, na multidao ruidosa,
Coisa mais linda, mais absurda e doida.

Mas e na intimidade e no segredo,
Quando tu coras e sorris a medo,
Que me apraz ver-te e que te adoro, flor!

E nao te quero nunca tanto (ouve isto)
Como quando por ti, por mim, por Cristo, Juras
- mentindo - que me tens amor...

Antero de Quental

2 comentários:

Sylvia disse...

Isso e uma flor um pouco dissimulada e sedutora! Ah, esqueci... Quis juntar as duas nacoes num comentario so. Sei que a mulher portuguesa e brasileira sao irmas e que o escritor portugues e brasileiro partilham da mesma paixao.

Anônimo disse...

Gostei muito Ely!
Vc sempre surpriendendo.
Bjs

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