quarta-feira, 16 de junho de 2010

As mãos pressentem...


As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar

ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada

Al Berto

Fonte: astormentas

3 comentários:

Marlene Oliveira disse...

E o quase nada é o que, muitas vezes, nos resta.

Ely, alegria no coração!

Barbara disse...

A sensação do nada pode ser desafiadora.

◆◆◆ Viviane ◆◆◆ disse...

As mãos representam muito, e depende de quem, pois as mãos podem tanto bater, como acariciar. Então o importante é a intenção de quem as usa. Espero que sempre para o bem!

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