segunda-feira, 6 de junho de 2011

Versos Molhados



Nuvem vaporosa, gasosa, trovejante;
Cascata neblinada, irisada, risonha, barulhante;
Rio garboso, formoso, limítrofe;
Lago charmoso, calmo, espelhante;
Fonte singela à espera de romance a cada instante...

Neblinas nas colinas;
Gotas da chuva escorregantes;
Riachos a descer pela rua e nas encostas dos morros;
Gelos nos invernos do norte e do sul,
alvas cobertas dos Andes e Alpes e Himalaias...l

Água, a presença, a vida...
Água, a ausência, a morte...

Na pura limpidez, potável;
Na dura impureza, poluída...

E os dias e as noites não passam sem ela...
E as semanas e os meses não existem sem ela...
O céu a verte e a terra a bebe,
O mar a guarda onde o rio a leva.

Falta água para lavar misérias,
Falta chuva para apagar desertos,
Falta consciência para punir dejetos,
Falta amor para banhar progressos...

Áridos corações, semi-áridos agrestes;
Ávidas inundações, barragens monumentais;
E a alma tem pena,
Mas a razão não aceita
O clamor da cigarra
E o desespero da lagarta
No afogar dos minimundos.

Água azul dos mares, verde das florestas,
Água vermelha dos rios, escura dos lagos,
Ouça todos os pedidos dos poetas!
Leve com a energia também a sensatez!
Transporte nos barcos a compreensão!
Chova para dentro das fontes o fim das sedes!

Pingo que pinga de pingo em pingo
Pela perda de todos os desperdícios,
Seja a certeza de voltar ao seu habitat,
Que toda a umidade resume em versos
No dia em que a chuva molha um mundo imundo!...

Roque Weschenfelder (Biografia)

Graduado em Letras - Português, Inglês e Literatura. Escritor premiado em dezenas de concursos literários e educacionais.
Fonte: gostodeler

Um comentário:

Vida*** disse...

A Poesia é bálsamo para as dores da Alma. È no orvalho das pequenas coisas que o Amor encontra o seu alvorecer. (Khallil Gibran)Tanta sensíbilidade só pode ser das Almas Nobres.

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