sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A Poesia e o Fascínio de Assuã


Por Dr. Geraldo Rosa Lopes

A 900 km. do Cairo, na região da primeira catarata, no sul – Alto Egito – está a bela e acolhedora Assuã, a antiga SWENET faraônica.


Lugar de paisagens e cenários deslumbrantes, portal por onde entravam no Egito as caravanas de mercadores que vinham da África Central, da Alta Núbia e dos países de Kush e de Wawa, transportando produtos exóticos, ouro, incenso, marfim, a “sienita” (mármore rosado muito utilizado nas artes e na arquitetura) e, até... os curiosos anões DENEG, que tanta importância tiveram nas cortes e na cultura da fase dinástica.

Terra de deuses e de teogonias, templos suntuosos e ilhas luxuriantes, envolvidas pelas águas sagradas do rio imortal.

Lugar de culto ao deus KHNUM e às deusas ANUKET e SATET, divindades da criação, de nascimento e da fertilidade.

Ao cair das tardes, o cenário deslumbra e emociona, com o sol declinando no horizonte, a pouco e pouco, como um falcão de ouro entre as derradeiras luzes do crepúsculo.

Um pôr-do-sol de aquarela, de esplendor e de magia.

As sombras se alongavam e uma suave e diáfana luminosidade, de um esplêndido azul-violeta, envolvia a amplidão em meio a um fantástico caleidoscópio de cores e de matizes.

Nas águas tranqüilas do Nilo, deslizavam as pitorescas “fallucas”, com suas velas brancas drapejando à suave brisa da tarde. Pareciam aqueles IBIS sagrados de antigas teogonias, no tempo em que eram deuses. Lenta e imperceptivelmente desciam sobre Assuã as primeiras sombras da noite, noites tropicais e cheias de religiosidade, de nostalgias e de antigas lembranças e de presenças queridas. Assuã é bela! É inesquecível!

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“O que existiu continua existindo, trazido ao presente nas asas da recordação.”

“Contemplar um pôr-do-sol em Assuã é ver a face da beleza infinita.”
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“Cahiers du Cercle d´Études Egyptiènnes”.


Fonte: olhodehorus

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