quinta-feira, 23 de abril de 2009

VITÓRIA-RÉGIA

A vitória-régia ou victória-régia (Victoria amazonica) é uma planta aquática da família das Nymphaeaceae, típica da região amazônica. Ela possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distruibuídos em sua superfície.

Sua flor (a floração ocorre desde o início de março até julho) é branca e abre-se apenas à noite, a partir das seis horas da tarde, e expelem uma divina fragrância noturna adocicado do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre", mantem-se aberta até aproximadamente as nove horas da manhã do dia seguinte. No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores (cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam prisioneiros. Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios)em que é possível controlar o tamanho dos pratos e com isso é muito usada no paisagismo urbano tanto em grandes lagos e pequenos espelhos d'água.


A Lenda da Vitória-Régia
Faz muitos e muitos anos em uma tribo, vivia uma índia, muito moça e muito bonita, a quem haviam contado que a lua era um guerreiro forte e poderoso. A moça apaixonou-se por esse guerreiro e não quis casar-se com nenhum dos índios da tribo. Não fazia outra coisa sendo esperar que a lua surgisse. Aí, então, punha os olhos no céu e não via mais nada. Só o poderoso guerreiro. Muitas vezes, ela saía correndo pela floresta, os braços erguidos, procurando agarrar a lua.

Todos da tribo tinham pena da índia, pena de vê-la dominada por um sonho tão louco.
E o tempo foi passando... Contudo, o sonho não deixava a pobre moça em paz. Queria ir para o céu. Queria transformar-se numa estrela, numa estrela tão bonita, que fosse admirada pela lua. Mas a lua continuava distante e indiferente, desprezando o desejo da moça.
Quando não havia luar, a jovem permanecia aborrecida em sua oca, sem falar com ninguém. Eram inúteis os esforços dos amigos e parentes para que ela ficasse com as outras moças. Continuava recolhida, silenciosa, até a lua aparecer novamente.

Uma noite em que o luar estava mais bonito do que nunca, transformando em prata a paisagem da floresta, a moça repetiu sua tentativa. Chegando à beira da lagoa, viu a lua refletida no meio das águas tranqüilas e acreditou que ela havia descido do céu para se banhar ali. Finalmente, ia conhecer o famoso e poderoso guerreiro.
Sem hesitar, a moça atirou-se às águas profundas e nadou em direção à imagem da lua. Quando percebeu que havia sido ilusão, tentou voltar, mas as forças lhe faltaram e morreu afogada.
A lua, que era, como eu disse, um guerreiro forte e poderoso, uma espécie de deus, viu o que havia acontecido e ficou compadecida. Sentiu remorso por não ter transformado a formosa índia em uma estrela do céu. Agora era tarde. A moça ia pertencer, para sempre, às águas profundas da lagoa. Porém, já que não era possível torná-la uma estrela do céu, como ela tanto desejara, podia transformá-la numa estrela das águas. Uma flor que seria a rainha das flores aquáticas.

E, assim, a formosa índia foi transformada na vitória-régia.

À noite, essa maravilhosa flor se abre, permitindo que a lua a ilumine e revele sua impressionante beleza.

(Esta é uma das versões da lenda da vitória-régia)
--------------------------------------------------------------------------------
Texto extraído do livro Histórias e Lendas do Brasil (adaptado do texto original de Gonçalves Ribeiro). - São Paulo: APEL Editora, sem/ddata
Ilustração de J. Lanzellotti

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails